Entrevista com Alexandrino: Ex-jogador da Caldense
Proveniente do futsal,
Alexandrino Ribeiro possuía raciocínio rápido e se dava bem quando a marcação
apertava e o deixava com pouco espaço. Tinha facilidade para driblar, batia bem
na bola e chegou a ser o cobrador oficial de faltas e pênaltis da Caldense.
Criava grandes jogadas pelo meio e pelas pontas. Vestiu a camisa da Veterana
entre 79 e 85.
Como foi o início da sua carreira no futebol?
Nasci em Raul Soares-MG e aos
seis anos me mudei pra Belo Horizonte. Comecei a jogar futebol de salão no
Cruzeiro aos nove e joguei até os dezessete. Passei por todas as categorias de
base, onde fui campeão várias vezes. Em 78 passei a treinar no juvenil do
futebol de campo da equipe celeste com o João Francisco. No ano seguinte, quando
ele veio pra Caldense, me trouxe junto.
Como foi sua trajetória na Caldense?
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Alexandrino fala sobre sua carreira |
Cheguei aos dezoito anos, precisamente
no dia 26 de março 79. Fiquei nas divisões de base por alguns meses, mas rapidamente
subi para o profissional. Logo de cara participei daquele grupo marcante que
disputou o brasileiro, foi nosso ano de melhor desempenho, até pelos jogadores
que tínhamos. Em 81 fizemos uma grande campanha no mineiro, inclusive com o
Casagrande em excelente fase. Em 84 caímos para a segunda divisão, mas nos superamos
e já no ano seguinte conseguimos retornar. No geral fizemos campanhas
satisfatórias.
Como era jogar com o Casagrande?
Foi um enorme prazer jogar com
o Casagrande. Ele veio do Corinthians e chegou aqui com 17 anos. Um rapaz de
grupo, muito habilidoso. Foi um aprendizado muito grande conviver com ele, pois
mesmo sendo mais novo do que a gente, ele tinha experiência de jogo e chegou
com uma bagagem enorme de uma equipe grande. Isso agregou muito.
Como foi o encerramento da sua carreira e vida pós-futebol?
Em 86 fui jogar no Flamengo de
Varginha e, após alguns meses, sofri algumas contusões e tive que encerrar a
minha carreira. Depois que parei de jogar, comecei a estudar e passei a
trabalhar como bancário, função que exerço até hoje. Atualmente moro em BH, mas
Poços de Caldas está no meu coração, até pelas amizades que construí aqui.
Qual foi seu gol inesquecível?
Devido à minha baixa estatura
nunca fui um bom cabeceador (risos), mas certa vez marquei um gol de cabeça aos
45 do segundo tempo. Foi uma batida de escanteio pelo lado direito onde acertei
um lindo cabeceio e a bola entrou. Se não me falha a memória foi contra o Tupi,
ganhei até um prêmio de gol mais emocionante na época.
O que você sente por ter seu futebol reconhecido pelos torcedores da
Veterana até hoje?
Pra falar a verdade, isso é
indescritível. Eu sempre me empenhei pra isso, mas quando o reconhecimento vem,
é emocionante. Sou muito grato por isso (finaliza emocionado).