"Todo gol da Caldense me emociona e tento passar isso aos ouvintes" - diz narrador da Rádio Cultura
Paulinho Figueiredo sempre
gostou de futebol. Quando criança jogava com os amigos na roça e no amador da
cidade, sempre sonhando em se tornar um jogador profissional. Os anos foram
passando e o sonho foi ficando cada vez mais distante. Com isso, passou a
tentar carreira no rádio, onde teve a oportunidade de trabalhar pela primeira
vez em 1982, por intermédio de Luiz Cagnani. Começava ali a carreira desse
grande narrador, que atualmente transmite os jogos da Caldense pela Rádio
Cultura.
![]() |
Renan Muniz e Paulinho Figueiredo durante a entrevista. |
Naquela época, a Caldense
disputava o campeonato mineiro de juniores com sua equipe de base. E eu fui
escalado em duas oportunidades para cobrir os jogos como repórter. Em Araguari
contra o Fluminense e em Belo Horizonte contra o Cruzeiro. Foi ali que dei
início à minha carreira.
Como é sua rotina de trabalho?
Tenho meu trabalho particular
em uma empresa e só acompanho o futebol aos finais de semana, nas horas vagas,
na Rádio Cultura. Faço porque gosto, está no meu sangue, foi uma escolha minha.
Mas como a gente tem que se sustentar na vida, existe a necessidade de se ter outro
emprego, para dar uma tranquilidade financeira melhor.
Quais são as maiores dificuldades de um narrador?
As maiores dificuldades são as
viagens frequentes, principalmente aqui no estado de Minas Gerais. Às vezes
ficamos mais de 10 horas nas estradas, centenas de quilômetros, é muito
desgastante.
Você faz algum tipo de preparação vocal para poder narrar?
Não, apenas procuro evitar
ingerir líquidos gelados nos dias próximos aos jogos. Sou alérgico a gelados e
esse tipo de bebida prejudica um pouco a voz, por isso é preciso tomar cuidado
para que no dia dos jogos a voz esteja em perfeitas condições para não ocorrer
nenhum tipo de falha.
Não me preocupo muito com isso
não, pois na minha condição de narrador, apenas relato o que estou vendo e não
comento os lances. Se um jogador perdeu um gol, está mal na partida ou cometeu
uma falta violenta, vou narrar aquilo que está acontecendo e a imagem está ali
para provar o que estou dizendo.
Quais momentos da Caldense foram marcantes pra você?
Olha, em 2002 o time foi
campeão mineiro, mas as equipes grandes não participaram daquele campeonato.
2015 foi uma grande campanha, alcançando o vice-campeonato. Se não fosse o erro
da arbitragem, a Veterana teria sido campeã invicta. Mas me lembro muito de
1976, com Aílton Lira, Neto, Augusto, Buzuca e companhia. A Veterana ficou em
terceiro lugar, atrás apenas de Cruzeiro e Atlético.
Você já se emocionou narrando algum gol da Veterana?
Sempre. Em todo gol da
Caldense eu me emociono. Cada gol mexe comigo de uma maneira diferente, não
importa contra qual seja o adversário. Com isso, tento passar a emoção que
sinto para os ouvintes.
O que a Caldense significa pra você?
A Caldense é meu time de
coração. Antes de trabalhar em rádio, fui torcedor e cheguei até a matar aulas
para ir ao Cristiano Osório. Nasci vascaíno, meus familiares são torcedores do
Vasco, mas assim que me mudei para Poços de Caldas, eu abracei a Caldense e a
Veterana tomou conta do meu coração.
Considerações finais?
Torcedor, continue acreditando
na Caldense, continue acompanhando o
futebol. O futebol precisa da torcida, assim como a Caldense. Vamos abraçar
essa causa e vamos dar força à Veterana.
Texto e fotos: Renan Muniz.