Entrevista com Britto: Preparador de goleiros da Caldense
O goleiro da Veterana,
William Neguet, vem se destacando no Campeonato Brasileiro da Série D. Foram
cinco jogos seguidos sem levar um golzinho sequer, incontáveis defesas difíceis
e de quebra ainda é um dos arqueiros menos vazados da competição. Que isso é
fruto de muito trabalho e dedicação todos já sabem. Mas quem está por trás
disso tudo? O repórter Renan Muniz, da torcida Lama Verde, foi investigar os
segredos do trabalho de Wanderley Britto, o atual treinador de goleiros da
Caldense. Confiram como foi este papo.
Renan
Muniz - Quais funções você já exerceu no futebol?
Britto - Atuei
profissionalmente como goleiro, joguei em grandes equipes, mas acabei
encerrando minha carreira cedo. Logo em seguida, comecei a estudar para me
tornar um treinador de goleiros e trabalho na área desde então.
Renan
Muniz - Você já esteve na Caldense em temporadas passadas né?
Britto - Sim, em 2009
fui contratado pelo Jânio Joaquim e tive uma sequência de trabalho em 2010 e
2011. Depois saí e rodei em alguns clubes, mas sempre mantive contato com a
diretoria da Veterana. Poderia ter retornado anteriormente, mas voltei agora em
2016 por intermédio do Franco Martins e do Alex Joaquim.
Renan
Muniz - Como é sua rotina de trabalho?
Britto - Meu trabalho é
mais voltado para a técnica do goleiro, os fundamentos. É muito importante
treinar situações de jogo como a comunicação com o setor defensivo, a
habilidade com os pés em caso de bolas recuadas, o psicológico do atleta para
quando falhar ou jogar em situações adversas, além é claro dos atributos
básicos como tempo de reação, agilidade, reposição e posicionamento. Diariamente
costumo dar mais de trezentos chutes nos trabalhos com os três arqueiros do
grupo.
Renan
Muniz - Qual tipo de bola é mais difícil para o goleiro defender?
Britto - As bolas mais
complicadas são aquelas próximas ao corpo, principalmente um cabeceio a
queima-roupa ou um chute de longa distância, onde a bola faz várias curvas. Nessas
situações o atleta perde a noção de espaço e tem muitas dificuldades para
chegar no tempo certo, o que pode resultar em um rebote. O goleiro tem que
simplificar, ter uma regularidade de jogo, ter domínio sobre seu raio de ação e
esses fatores só podem ser otimizados com a experiência e principalmente com os
treinamentos.
Renan
Muniz - O que passa na cabeça de um goleiro quando leva um “frango”?
Britto - É complicado,
mas é na falha que se conhece o bom goleiro. Todos estão sujeitos a erros, mas
temos de ter personalidade para assumi-los e aprender com eles. Nesse momento é
necessário usar a experiência, manter a calma e passar confiança aos
companheiros para se superar dentro da partida.
Renan
Muniz - Numa cobrança de pênalti, é melhor tentar adivinhar o canto ou esperar
a batida?
Britto - O pênalti mexe
basicamente com a reação do goleiro. Costumo pedir aos atletas que esperem ao
máximo para saltar e que tentem fazer a defesa se beneficiando de sua
envergadura, principalmente no caso do Neguet, que é um goleiro de grande
estatura.
Renan
Muniz - Quais as maiores alegrias e dificuldades da profissão?
Britto - A maior
alegria, sem dúvida, é ver os goleiros que treino fazendo grandes trabalhos,
como é o caso do Neguet, que ficou praticamente seis jogos sem levar gol e tem
feito muitas defesas difíceis. A maior dificuldade é enfrentar as derrotas, que
nos fazem repensar o trabalho que vem sendo realizado.
Renan
Muniz - O que a Caldense significa pra você?
Britto - Significa
muito. Desde que cheguei criei uma simpatia enorme pela cidade e pela entidade.
A Caldense é um dos poucos clubes onde os profissionais sabem que vão receber
em dia e que tem pessoas que fazem de tudo para nos dar as melhores condições
de trabalho. Torço que meus treinamentos sigam surtindo efeito e que eu possa
continuar na Veterana por muitos e muitos anos.
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