Entrevista com Jota Lopes: Ex-jogador da Caldense
De um nome abreviado em uma ficha
de imprensa surgiu uma lenda, José Lopes se tornou Jota Lopes. Nascido na Bahia
e criado em São Paulo, “Jotinha” chegou à Caldense para se tornar um dos
maiores jogadores da história do clube. Nesta entrevista com Renan Muniz, o
ex-atleta falou sobre sua carreira.
Renan Muniz - Como foi sua trajetória no futebol?
Jota Lopes - Comecei a jogar quando criança. Treinei nas categorias
de base do Corinthians e do Palmeiras. Um dia Hernandes Fausto Morais me viu
jogando, gostou do meu desempenho e me trouxe para fazer um teste na Caldense, fui
aprovado. Joguei na Veterana de 1969 a 1981, mas neste período, entre idas e
vindas, atuei no Rio Claro, Palmeiras de São João, Flamengo de Varginha,
Esportiva de Guaxupé, São José e Pinhalense.
Renan Muniz - Quais eram suas principais características?
Jota Lopes - Eu não era de marcar gols. Preferia fazer firulas,
armar jogadas. Eu era um cara vibrante, de movimentação. Eu não aguentava ficar
sem a bola e às vezes eu a “roubava” do pé dos companheiros, não estava nem aí.
O pessoal ficava bravo comigo (risos).
Renan Muniz - Qual foi seu gol e partida mais marcante?
Jota Lopes - Contra o América-MG em 1972 fiz um gol que foi eleito
o mais bonito do ano, ganhei até um troféu. Não me lembro muito bem do lance,
só sei que o troféu está guardado há muito tempo e já deve ter até estragado
(risos). Neste mesmo ano, na inauguração da arquibancada do Cristiano Osório
contra o Corinthians, ganhei o troféu bandeirantes, por ter sido o melhor em
campo. Este prêmio só era entregue no Estado de São Paulo, mas eu recebi aqui
em Minas.
Renan Muniz - Como era o futebol mineiro na época?
Jota Lopes - As equipes eram muito equilibradas, não pegávamos
moleza, mas mesmo assim a Caldense chegou a ser a terceira força de Minas. Todos
queriam nos derrotar, não era fácil, mas sempre conseguíamos bons resultados.
Na época jogávamos por amor a camisa, o dinheiro ficava em segundo plano, isso
fazia a diferença.
Renan Muniz - O que significa pra você ser considerado um dos melhores
meio-campistas da história da Caldense?
Jota Lopes - É uma coisa que não tem preço. Uma alegria muito
grande pra família e pros amigos. Marca a vida da gente. A Caldense foi tudo na
minha vida. Não esperava ter ficado tanto tempo aqui. Tive oportunidade de ir
para o Santos, mas a minha identificação com a Veterana e com Poços foi tão
grande que acabei ficando.
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